Galafanha

D. João Evangelista de Lima Vidal, depois de exercer o múnus de Administrador Apostólico da restaurada diocese aveirense, entre 1938 e 1940, foi eleito neste último ano Bispo de Aveiro, função que exerceu até ao seu falecimento, em 1958.

D. João foi um aveirense ilustre, que muito contribuiu para a restauração da nossa diocese, assumindo desde a primeira hora, a causa da unidade, com a realização do I Sínodo Diocesano e a criação do Seminário de Santa Joana Princesa, indispensável à formação dos sacerdotes.

Homem de Aveiro, nasceu, ao que supôs, «na proa de alguma bateira» entre «o praguedo inocente dos pescadores», e garante que os de Aveiro, como ele, são feitos, dos pés à cabeça, «de Ria, de barcos, de remos, de redes, de velas, de montinhos de sal e areia, até de naufrágios». E se nos abrissem o peito, sublinha,  «encontrariam lá dentro um barquinho à vela, ou então uma bóia ou uma fateixa, ou então a Senhora dos Navegantes».

Foi este Bispo poeta que nos ajudou, como diocesanos, a caminhar na fé, cultivando a proximidade, ao jeito de S. Francisco, que via na natureza as marcas indeléveis de Deus, as quais plasmaram a nossa identidade de gente da Ria, que ainda hoje nos identificam.

FM