Muitos homens da Gafanha da Nazaré ali trabalhavam, como operários civis, em cooperação com militares. E em 1952, bastantes profissionais foram distribuídos pelas Bases Portuguesas, entretanto enquadradas pela Força Aérea. “Eu fiquei em São Jacinto, por ser um dos mais antigos”, frisou.
Contudo, em 1967, ingressou na Base da NATO, em Ovar (Maceda). Aposentou-se em 1983, com 48 anos de serviço. Mas como não gosta de se acomodar, continua debruçado sobre a história da nossa terra, pugnando por aquilo que lhe parece justo.
Quando lhe falei das ruas da Gafanha da Nazaré, de imediato recuou ao passado. E disse: “Há muitos anos, havia um carteiro, o senhor Reis, que, vindo de Aveiro, deixava a correspondência em estabelecimentos estratégicos, nomeadamente, de Alberto Martins, Manuel Cravo, Caçoilo da Rocha e Joaninha Bola. Seguia para o Forte, Farol e Costa Nova. No Forte, uma senhora, Rita de seu nome, esperava o correio para o levar para São Jacinto.”
As pessoas, como é natural, tinham de procurar as cartas nesses locais. E ali entregavam a correspondência para seguir o seu destino, explicou-nos.
Quando a correspondência atingiu um número significativo, houve necessidade de baptizar as ruas, para facilitar a distribuição. Mestre Rocha, como presidente da Junta, avançou com uma proposta de certo modo inédita, para identificar as ruas. As letras do alfabeto passaram a ser nomes de ruas. Mas tal solução, tão incaracterística, não resultou, salientou Marcos Cirino. “Não havia letras para tantas ruas”, esclareceu.
Santa Maria Manuela
Posta a questão à Câmara Municipal de Ílhavo, avançou a ideia de atribuir nomes, de pessoas, às nossas ruas, sendo presidente da Junta o comerciante Albino Miranda. Uma comissão constituída pelo Capitão Ferreira da Silva, Dr. Maximiano Ribau, Baltasar Vilarinho, João Ribau, Marcos Cirino e outros, numa noite, escolheu 60 nomes para toda a freguesia, da qual faziam parte, como ainda fazem, o Forte e Barra.
Durante o desfiar de recordações, tanto quanto o permitiu a sua memória, passámos ao Mercado da Gafanha da Nazaré. Os agricultores começaram a vender os seus produtos na rua em frente à igreja matriz. A seguir vieram outros vendedores. O trânsito começou a ficar complicado. A Junta deslocou, então, o mercado para a parte lateral da igreja, até ao cemitério, disse-nos Marcos Cirino.
Mais tarde, com o número cada vez maior de vendedores e compradores, sentiu-se a urgência de construir o Mercado, o mesmo que foi há tempos demolido para dar o lugar, noutro sítio, a um mais moderno. Marcos Cirino, apoiando a Junta de Freguesia, andou com outros a fazer um peditório. O povo colaborou, o Mercado foi construído e por fim a câmara chamou a si a exploração, o que não agradou a muitos gafanhões.
Miniaturas de barcos são a grande paixão de Marcos Cirino
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